domingo, 3 de maio de 2015

OS PERVERSOS




O número (555) deste mês de Maio do "Magazine Littéraire" consagra o seu dossier mensal aos Perversos. Tema interessante, estimulante e de grande oportunidade para Portugal.

Está fora de causa proceder aqui a um resumo dos artigos publicados, quer pela sua extensão, quer pela sua complexidade. Os interessados poderão adquirir a revista. Mas importa, pelo menos, sublinhar a referência à evolução e às interpretações do conceito, à flutuação das definições médicas e jurídicas e, last but not least, às abordagens científicas, artísticas e literárias. Existem alguns nomes incontornáveis: Richard von Kraft-Ebing, Jean-Martin Charcot, Sigmund Freud, Alfred Binet, Alexandre Lacassagne, Magnus Hirschfeld, Henry Havelock Ellis, Alain Robbe-Grillet, Alfred Hitchcock, Alain Resnais, Stanley Kubrick, Lars von Trier, Michael Haneke, Fiódor Dostoiévski, Vladimir Nabokov, Georges Bataille, Jean Genet, Michel Foucault, sem esquecer o Marquês de Sade ou Gilles de Rais, recuando um pouco.

O artigo de Julie Mazaleigue-Labaste, "Circonscrire l'incontrôlable: l'invention de la perversion" é suficientemente esclarecedor.

O conjunto de textos, escritos por especialistas na matéria, que constituem esta publicação constitui um esforço notório para o esclarecimento de assunto de tão relevante importância.

Eu sei que não se pode exigir muito aos nossos políticos tendo em conta as suas limitações intelectuais, mas seria bom que - pelo menos os que ainda conseguem ler em francês - se debruçassem com um mínimo de atenção sobre este dossier antes de plasmarem a sua ignorância em diplomas sobre matérias que afectam o Estado de Direito.

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