terça-feira, 12 de junho de 2012

TUDO EM ABERTO



Finalmente, no passado fim-de-semana, a Espanha pediu à União Europeia um empréstimo, ou resgate, de 100 mil milhões de euros, a juros aparentemente mais favoráveis do que os negociados com a Irlanda e Portugal. A Irlanda já protestou; Portugal, não. Continuam a não ser bem conhecidas as condições do empréstimo à Espanha, que o governo de Rajoy se empenha em disfarçar, apesar das declarações não coincidentes feitas pelo ministro alemão das Finanças e pelos "funcionários" da União Europeia. Então, esperemos.

Depois da situação sui generis da Islândia, dos empréstimos à Grécia, à Irlanda e a Portugal, deste "misterioso" empréstimo a Espanha, Chipre encontra-se em fila de espera para obter os fundos que evitem a bancarrota da república. Por sua vez, a Itália tenta ultrapassar dificuldades porventura inultrapassáveis. O panorama em França e no Reino Unido também não é brilhante, e a própria Alemanha se encontra em dificuldades. No leste europeu, a maioria do qual não pertence à zona euro, os problemas avolumam-se.

No próximo domingo, dia 17, realiza-se a segunda volta das eleições legislativas em França. E também as novas eleições legislativas na Grécia. Igualmente, ocorre a 2ª volta das eleições presidenciais no Egipto, de cujo resultado muitas coisas dependem.

Na Síria, continua a confrontação entre as forças leais ao regime de Bashar Al-Assad e a oposição apoiada pela chamada "comunidade internacional" e pelos países do Golfo. A Líbia está mergulhada em guerra civil. A Tunísia aguarda uma Constituição e um governo não provisório. A Argélia está no rescaldo das eleições legislativas. O futuro de Marrocos permanece uma incógnita. No Mali agitam-se os islamistas. O conflito israelo-palestiniano permanece sem solução.

Parece, pois, que, estando tudo em aberto, as próximas semanas serão decisivas para clarificar, positiva ou negativamente, a situação na Europa, mormente na Europa meridional e também no norte de África, o que equivale a dizer, no mare nostrum, o Mediterrâneo. Seria bom que os dirigentes políticos (já nem falo dos povos cujo esclarecimento é sistematicamente iludido) se dessem conta da responsabilidade do momento e das consequências, porventura fatais, de uma negligente ou indigente gestão da crise, da que se avizinha e da que já existe.

Há quem sustente que não são necessários homens providenciais. Duvido. Eles costumam surgir em épocas de grande aflição, umas vezes para bem do mundo, outras para mal. Esperamos, e desejamos, que desta vez surjam para bem.

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