terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

UMA NOVA ESQUERDA


Roubei a imagem ao post do blogue Classe Política que defende a criação de uma Nova Esquerda, e de que transcrevo o primeiro parágrafo:

Só uma Nova Esquerda poderá opor-se e combater o projecto social da Nova Direita que, num claro aproveitamento da crise, anseia implementar no país a todo o custo e com a maior celeridade; projecto social, recheado de “novas reformas estruturais”, todas elas de cariz anti-social - cortes sociais, venda do património do Estado, desregulação laboral e diminuição dos salários e pensões.

O autor analisa a situação dos países da União Europeia, em que não existe (por ora, digo eu) alternativa ao sistema capitalista neo-liberal e em que os partidos socialistas se renderam ao monoteísmo de mercado, esbatendo-se a diferença entre os partidos tradicionalmente chamados de direita e os partidos de esquerda (excluindo os comunistas e a esquerda-extrema).

É um facto que em Portugal poucas diferenças se notam entre a política prosseguida pelo PSD, que de social-democrata mais não tem que o nome, e a que praticou o Partido Socialista (que nem social-democrata chega a ser). Os seus programas são semelhantes e as políticas, além de nada terem a ver com os programas destes partidos e com as promessas pré-eleitorais que ambos fazem, estão hoje subordinadas aos diktats de uma União Europeia cuja "solidariedade" não passa de uma ficção. O exemplo da Grécia, agora novamente "salva" pelos empréstimos internacionais, que, nas condições em que são atribuídos, só adiam um fim anunciado, deverá ser objecto de meditação. Até para tentar evitar idêntico caminho para Portugal.

A "União Europeia" que se construiu sobre os escombros da Segunda Guerra Mundial, e que se tornou hegemonicamente capitalista após a queda do Muro de Berlim, impede hoje os povos de escolherem o sistema político que pretendem, não tanto pelo impossibilidade do voto como pela intoxicação da propaganda maciça a que os submete. A mirífica sociedade de consumo, com os seus "gadgets" que deslumbram especialmente uma juventude desprevenida, promete uns "amanhãs" de igualdade na riqueza para todos, enquanto vai perseguindo um só objectivo: a igualdade na pobreza para quase todos e a desigualdade na riqueza para alguns.

Creio, todavia, que as mentiras sistematicamente difundidas começam a despertar, mesmo nas consciências menos avisadas, um sentimento de desconfiança, que progressivamente se alargará, revelando o embuste a que têm sido submetidas. Esperemos que não seja tarde.

1 comentário:

Anónimo disse...

«As long as we approach the problem with ideas, with a conclusion, with opinions, with belief, with schemes, with systems of any kind, surely it prevents understanding. There are the problems of starvation, of unemployment, of war, to be solved. What is actually happening? The systems, based on left or right ideologies, are setting man against man; and in the meantime, there is still starvation. So, systems, ideologies, obviously do not solve the problem; yet we are fighting each other over ideas and particular systems. Surely, we must approach the problem without any conclusions of the past; for it is obvious that conclusions prevent understanding of the problem.
J Krishnamurti»

Valeria