terça-feira, 13 de dezembro de 2011

UM NOVO PRESIDENTE NA TUNÍSIA



Moncef Marzuki, de 66 anos, médico, opositor do anterior regime e membro do Partido do Congresso, foi ontem eleito pela Assembleia Constituinte para o lugar de presidente da República da Tunísia e prestou hoje juramento no Palácio do Bardo perante os deputados.

Marzuki é o terceiro presidente da Tunísia após a independência, depois de Habib Burguiba e Zine El Abidine Ben Ali, sem contar com a presidência provisória de Fuad Mebazza, desde o derrube do regime até ontem.

O novo presidente deverá empossar amanhã no cargo de primeiro-ministro Hamadi Jebali, o número dois do Partido Ennahda, formação política que ganhou as eleições do passado dia 25 de Outubro.

Vivendo uma situação económica e social crítica, com um crescimento nulo e o desemprego já próximo dos 20%, aguarda-se do novo governo a adopção de medidas corajosas para enfrentar a crise e nomeadamente para reganhar a confiança dos turistas, que fizeram da Tunísia um dos mais apetecidos destinos de ferias dos europeus mas que começaram a debandar a seguir à queda do regime e especialmente depois da vitória dos islamistas nas eleições legislativas.

Da política do futuro governo dependerá a manutenção do nível de vida que o país alcançara durante o consulado de Ben Ali, e que agora se encontra em queda livre. Por isso, muitos lamentam hoje a queda do ditador, cabendo ao novo governo conciliar os princípios islâmicos com o desenvolvimento da indústria turística e actividades afins e a promoção do investimento, tarefa não totalmente fácil mas indispensável para que a Tunísia, um dos mais agradáveis países do norte de África (André Gide dixit), possa prosseguir na senda do progresso, agora em democracia.

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