quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

LUIZ FRANCISCO REBELLO



Morreu hoje, no Hospital Particular de Lisboa onde estava internado, o dramaturgo, ensaísta, jurista e historiador do teatro Luiz Francisco Rebello, que durante 30 anos foi presidente da Sociedade Portuguesa de Autores. Contava 87 anos e encontrava-se doente há dois meses, devido a problemas cardíacos, na sequência de uma delicada operação efectuada há alguns anos.

Amigo de Luiz Francisco Rebello desde os idos de sessenta, a sua morte constitui para mim, e para todos os que com ele de perto privaram, uma enorme perda e o país fica também mais pobre com o desaparecimento de uma das maiores figuras da literatura dramática portuguesa contemporânea. Deve acrescentar-se que LFR era um reputado especialista em matéria de direitos de autor, internacionalmente considerado e respeitado.





Estreou-se em 1947, com Fábula em um Acto, e muitas das suas peças, como O Dia Seguinte, Alguém Terá de Morrer, É Urgente o Amor, Condenados à Vida, Os Pássaros de Asas Cortadas, continuam a fazer parte do repertório permanente das companhias de teatro. Em 2002, publicou  As Páginas Arrancadas (juntamente com uma edição revista de É Urgente o Amor), estreada nesse ano na Comuna, com encenação de João Mota, uma peça fundamental da dramaturgia portuguesa e a sua despedida dos palcos. Devem-se-lhe também Teatro Moderno.Caminhos e Figuras e História do Teatro Português, entre os cerca de 50 títulos que publicou ao longo de 60 anos. Foi ainda colaborador de numerosos jornais e revistas e em 1971 dirigiu o Teatro São Luiz, lugar do qual viria a demitir-se no ano seguinte devido a problemas com a Censura.

Apesar da idade, Luiz Francisco Rebello mantinha uma memória invejável, uma lucidez singular e um profundo gosto pela vida.

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