quinta-feira, 13 de outubro de 2011

SÍRIOS APOIAM ASSAD


Uma colossal manifestação (muitas dezenas de milhar de pessoas) de apoio ao presidente Bachar Al-Assad, teve lugar ontem em Damasco, na praça Sab'a Al-Bahrat (dos Sete Lagos) e nas avenidas que desembocam na praça, tendo como pano de fundo uma gigantesca fotografia do presidente colocada na fachada do Banco Central da Síria.

Por estranho que possa parecer, o regime sírio, entre todos os países árabes, é o que conta com maior base popular de apoio. Não obstante as manifestações anti-Assad que se têm verificado desde há meses nas principais cidades do país, e cujo trágico balanço é de cerca de 3.000 mortos, confrontos que têm poupado relativamente Damasco e Alepo, a maioria dos sírios receia que a queda do regime desencadeie uma interminável guerra civil, a exemplo do que se verificou e continua a verificar-se no Iraque.

O regime de Assad tem o apoio dos alauítas, dos cristãos, dos drusos e da pequena, média e alta burguesia sunita de Damasco e Alepo e ainda de parte da população rural, isto é, de cerca de 15 milhões de habitantes num total de 20 milhões.

Durante a manifestação de ontem, que decorreu pacificamente, foram entoados slogans contra os Estados Unidos e a União Europeia e contra qualquer intervenção estrangeira. O jornalista e escritor americano Nir Rosen confidenciou à Al-Jazira que "podemos não gostar de pensar nisso, mas os regimes autoritários têm muitas vezes apoio popular".

O presidente Assad tem oscilado entre a promessa de reformas e a repressão das manifestações, as quais atribui à acção de elementos subversivos estrangeiros. Um dos principais problemas com que o regime se defronta é a defecção de muitos militares, que se recusam a disparar sobre os insurrectos, que por sua vez estão igualmente armados.

Entretanto, o emir do Qatar, o sheikh Al-Thani, que apoiou a intervenção na Líbia, pediu ao presidente Assad para estabelecer um diálogo com o recém-formado Conselho Nacional das forças da oposição, o que certamente não se verificará.

1 comentário:

Anónimo disse...

É bem possível que a queda de Assad mergulhe o país numa interminável guerra civil. Acautelem-se.