domingo, 9 de outubro de 2011

GEORGE ENESCU (II)

Museu Nacional George Enescu

O compositor George Enescu, referido no post anterior, é hoje evocado em Bucareste num Museu Nacional com o seu nome, situado no Palácio Cantacuzino.

O Palácio, um edifício magnífico na Calea Victoriei, foi mandado construir (1901/1903) por Gheorghe Grigore Cantacuzino, conhecido por Nababul, que foi presidente do município de Bucareste e mais tarde primeiro-ministro e chefe do Partido Conservador. O arquitecto foi Ioan D. Berindei e a decoração dos interiores esteve a cargo de artistas famosos como Gheorghe Demetrescu Mirea,  Nicolae Vermont e Costin Petrescu para as pinturas murais, Emil Wilhelm Becker para as esculturas e ornamentos esculturais, e a Casa Krieger de Paris para tapeçarias, candeeiros, espelhos, etc.

Por morte de Nababul (que tinha na Roménia uma dignidade principesca), em 1913, herdou o palácio o seu filho Mihail Cantacuzino e a mulher, Maria Rosetti-Tescanu (conhecida por Maruca). Tendo enviuvado, voltou esta a casar, em 1937 (ou 1939, consoante as fontes), agora com Enescu, que habitava uma pequena mas interessante moradia, nas traseiras do Palácio, hoje Casa Memorial George Enescu. O compositor  viveu  poucos anos no Palácio, pois transferiu a sua residência para Paris após a Segunda Guerra Mundial e a instalação do regime comunista na Roménia, encontrando-se sepultado no Cemitério do Père Lachaise.

Casa Memorial George Enescu

Em 1940, o Palácio serviu como sede da Presidência do Conselho de Ministros, e a partir de 1947 como sede do Instituto de Estudos Romano-Soviéticos. Por morte de Enescu, em 1955, Maruca manifestou a vontade de que o Palácio e edifícios anexos fossem dedicados à memória do marido. Em 19 de Junho de 1956, foi criado e aí instalado o Museu Nacional George Enescu que, desde 2007, é considerado património europeu.

Apenas três salas do Palácio estão abertas ao público, expondo fotografias, manuscritos, vários documentos, diplomas, condecorações, bustos, instrumentos musicais, o uniforme de Enescu como membro da Academia Romena e a sua máscara mortuária e mãos. As restantes dependências estão reservadas a fins musicais e administrativos.

Na Casa Memorial, estão expostos o mobiliário e os objectos pessoais de Enescu, relativos aos anos em que ali viveu.

Refira-se, por curiosidade, que Enescu foi autor, entre várias obras mencionadas no post anterior,  de duas Rapsódias Romenas, nome que Dominique Fernandez escolheu para título do livro sobre a Roménia que aqui  citámos.

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