segunda-feira, 9 de maio de 2011

UM PASTOR PERTURBADOR



King Roger  (Król Roger), de Karol Szymanowski, na Ópera da Bastilha (Paris), em 2009. Direcção de Kazushi Ono. Encenação de Krzysztof Warlikowski. Interpretação de Mariusz Kwiecien (King Roger), Olga Pasychnik (Roksana), Stefan Margita (Edrisi) e Eric Cutler (Pastor).

O compositor e pianista polaco Karol Szymanowski (1882-1937), compôs o Rei Roger em 1924. Homem de gosto requintado, autor de vários concertos e sinfonias, foi também poeta e autor de um romance (Efebos), destruído parcialmente pelo fogo em 1939, mas cujo capítulo central ("Symposium"), traduzido para russo, foi oferecido em 1919 a um seu amigo, o bailarino Boris Kochno, então com 15 anos, e que veio a ser mais tarde secretário e principal colaborador de Sergei Diaghilev, fundador dos Ballets Russes.

Szymanowski, um autêntico esteta, viajou pelo mundo, especialmente pelo, Maghreb, Médio Oriente e Sicília, ilha onde se inspirou para compor a ópera Rei Roger, inspirada na figura do rei Rogério II da Sicília (1095-1112-1154), monarca que governou também o sul da Itália e a África do Norte. Educado por preceptores gregos e árabes, cuja cultura apreendeu, Rogério II falava correctamente as línguas dos seus mestres e manifestou sempre grande paixão pelo mundo islâmico, tendo a sua corte sido um lugar de convivência de cristãos, judeus e muçulmanos.

Nesta ópera, o compositor polaco faz surgir a figura perturbadora de um jovem pastor (a história recorda-nos o Teorema, de Pasolini) que provoca inesperadas reacções eróticas por parte do rei, da rainha e dos cortesãos.

1 comentário:

Anónimo disse...

Uma bela ópera com um belo enredo, que poderia ser mais desenvolvido.
Também a informativa notícia do blog poderia ter ido mais além quer sobre o compositor quer sobre Rogério II

Em todo o caso, parabéns.