sábado, 25 de dezembro de 2010

A IGREJA E A CRISE


O presidente da Conferência Episcopal Portuguesa e Arcebispo Primaz de Braga, D. Jorge Ortiga, manifestou ontem a sua preocupação pela grave situação económica e social que se vive no nosso país, temendo "fenómenos de exclusão social que poderão provocar outras coisas que não gostaria de ver" porque "quando não há o essencial para viver,  o povo não se cala". O prelado junta assim a sua voz à de outros bispos que se têm manifestado em idêntico sentido.



Também o Bispo das Forças Armadas, D. Januário Torgal Ferreira, advertiu para o perigo de grande instabilidade social no próximo ano se as medidas adoptadas para resolver a presente crise não forem devidamente explicadas aos cidadãos.




Igualmente o Papa, na sua mensagem de Natal, antes de abençoar os fiéis Urbi et Orbi, fez um apelo solene à Paz no mundo, salientando em especial a grave situação que continua a viver-se na Palestina, onde o governo israelita se apodera, ano após ano, do território atribuído à população árabe, e chamando particularmente a atenção às perseguições aos cristãos no Iraque, que foi o tema do nosso post de ontem, e de uma maneira geral em todo o Médio Oriente, como várias vezes temos já referido neste blogue.


Sendo a voz do Papa escutada com particular atenção em todo o mundo, não pelas hipotéticas divisões militares do Vaticano (como perguntaria Estaline) mas pela autoridade de um magistério que se impôs ao Ocidente durante vinte séculos, espera-se, e deseja-se, que Bento XVI (para lá da confidencialíssima diplomacia da Santa Sé - aonde, parece, a WikiLeaks ainda não chegou) se pronuncie publicamente sobre dois pontos que se tornaram cruciais no presente momento: a insustentável situação na Palestina (cuja adequada resolução é  indispensável ao estabelecimento de qualquer processo de paz para o Médio Oriente), e a especulação financeira internacional (que ameaça instalar o caos na vida económica mundial e reduzir à escravidão uma parte da população do globo).


É claro que há muita gente cujo único interesse reside tão só no agravamento destas situações. A esses, deverá o papa fulminá-los com a excomunhão lembrando-lhes, aos que forem crentes, que serão lançados na Gehena, Inferno ou Jahannam (consoante os credos) , onde existe apenas "choro e ranger de dentes" (Mateus, XIII).

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