domingo, 30 de maio de 2010

O ACORDO DE TEERÃO


O acordo entre o Brasil, a Turquia e o Irão, celebrado em Teerão, constitui um acontecimento inédito e abre perspectivas de entendimento com a República Islâmica relativamente à produção e utilização de energia nuclear. Diga-se que a ida à capital iraniana do presidente brasileiro Lula da Silva e do primeiro-ministro turco Recep Tayyip Erdogan foi de certo modo apadrinhada pelos presidentes Obama e Medvedev.


A insistência do Irão quanto à produção de energia nuclear, aliás acompanhada pela Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA), é compreensível, numa zona em que pelo menos mais três países são detentores da arma atómica: Israel, Paquistão e Índia. A nenhum destes países foi exigido um controlo quanto à aplicação da energia que produzem, sendo certo que Israel nunca declarou que possui bombas atómicas, embora também não o negue, o que nem sequer valeria a pena.


É certo que as armas nucleares deveriam ser destruídas, mas todas e não só as de alguns países, consoante os gostos, as afinidades, as cumplicidades e demais interesses. 


Vamos aguardar para ver os desenvolvimentos deste processo, fruto de um acordo que muitos classificavam de impossível.

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