sábado, 30 de maio de 2009

A FNAC

Tem a FNAC largamente anunciado um upgrade do seu cartão, com "mais vantagens e descontos" que se julgavam verdadeiros após a empresa, há alguns meses, ter retirado os 10% de desconto que fazia nos livros a qualquer cliente, com ou sem cartão, como acontece hoje com a maior parte das livrarias.

MAS NÃO! Para surpresa dos clientes habituais, o que se verificou foi uma diminuição das regalias concedidas até ao dia 12 de Maio corrente, data da entrada em vigor do novo sistema.

Vejamos. O sistema em vigor até àquela data para os possuidores de cartão era o seguinte:
1) Um desconto de 10% nos livros e 3 pontos por cada aquisição diária (independentemente do valor) e que se traduziam, os pontos, ao fim de 65, num cheque de € 10 a abater nas compras futuras;
2) Um desconto de 6% numa compra a escolher pelo cliente por cada € 1.500 de compras acumuladas (isto independentemente dos pontos).

O novo sistema mantém o desconto de 10% nos livros (era só o que faltava que o retirasse) mas elimina os pontos nos livros. Estes existirão só para outro material que não livros e na modalidade de 1 ponto por cada euro, podendo obter-se ao fim de 100 pontos um desconto de € 5 em compras futuras.

Quanto aos 6% de desconto sobre as compras acumuladas acabaram com a entrada em vigor do novo sistema, podendo ser utilizados durante um ano. Contudo, e nada escapa aos vigilantes gestores da FNAC, como o desconto era concedido em múltiplos de € 1.500, quem tiver agora, por exemplo, € 2.999 acumulados apenas poderá utilizar uma vez o desconto de 6%, já que não atinge os € 3.000, múltiplo de € 1.500. E como esta regalia, que era obviamente sempre acumulável, terminou, a diferença entrará nos cofres da FNAC, sem pré-aviso aos clientes, uma espécie de alteração das condições do contrato em plena vigência do mesmo.

Argumentará a FNAC que há outras vantagens (Dias Aderente, pagamentos facilitados, 10% no Café Fnac, parceiros Cartão Fnac, etc.) JÁ HAVIA!

Acresce que os livros encomendados ao estrangeiro, com valor expresso em euros, são acrescidos de 10% sobre o valor de capa (quando não mais) a título de despesas, e é sobre o valor final que são efectuados os 10%. Quanto àqueles cujo preço é expresso em dólares ou libras nunca se sabe qual o câmbio utilizado.

Que a FNAC necessite de eliminar regalias é um problema de gestão, e dado o baixo nível dos livros expostos (mais parece um supermercado) não admira que as vendas tendam a diminuir e os lucros a baixar, até porque a Amazon é um concorrente sério e de peso.

Agora que a FNAC pretenda lançar poeira para os olhos dos clientes, tomando-os por estúpidos, não lhe fica bem e penso que não é a política da FNAC em França.

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